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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Uma Jornada Inesperada... a 48 quadros por segundo


Peter Jackson completa seu retorno à Terra-média com uma novidade tecnológica: os 48 quadros por segundo (desde a aurora do cinema, 24 quadros, metade da novidade, bastavam para que o cérebro humano registrasse as imagens em movimento). O resultado do dobro de informação, toda ela em alta definição e registrada em 3D pelas novíssimas câmeras Red Epic, é hipnótico e um tanto perturbador de tão perfeito. O Hobbit é quase hiper-realista nessa versão.

Basicamente, depois de alguma estranheza inicial (eu demorei uns bons minutos para parar de achar que tudo estava andando em câmera acelerada) e um ou outro momento de certa (pouca) vertigem, a definição cristalina empolga de verdade. É tudo tão irretocável - e dificil de explicar - que você se surpreende parando de prestar atenção no todo para encarar detalhes, como a textura de uma caneca, ou a forma como a água cai em uma cachoeira. É coisa de hobbit chapado depois de umas boas tragadas de Folha de Longbottom em seus cachimbos.

A clareza de imagem e movimento é tamanha que diversas vezes senti-me de certa forma - por mais bizarro que possa parecer - "invadindo" o espaço dos personagens durante os close-ups. Dá pra ver cada poro e nuance de movimento, cada fio de barba, cabelo ou fibra da roupa. É realmente impressionante, talvez até demais. O cinema, em seu mais de século de existência, sempre usufruiu de uma "aura" mágica estabelecida pela película e que aos poucos vem sendo quebrada pelos formatos digitais. Peter Jackson renega essa aura e dá um novo sentido a ela, entregando ao espectador uma visão em primeira pessoa não de fora da tela, mas dentro dela. Bem-vindo à Terra-média - e ao futuro do cinema.

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