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terça-feira, 30 de setembro de 2014

"Agora chegou a vez, vou Cantar: Mulher de Mangueira, Mulher Brasileira Em Primeiro Lugar!" - Sinopse Mangueira 2015


Tudo era festa no meu tempo de menino. Nascido e criado em Mangueira, o morro e seus bairros eram o meu quintal, mas também a minha casa, o meu mundo, o meu reduto para brincar, para aprender as duras lições da vida e, para sonhar... Habitada por gente simples e tão pobre/ que só tem o sol que a todos cobre... Cantarolava eu, que nem conhecia Cartola, contudo por intuição percebia a resposta ao como podes Mangueira cantar? De verso em verso, a intuição virava convicção: eu digo e afirmo que a felicidade e os sonhos aqui moram, e aí estava a chave de tudo - a felicidade e os sonhos. Por aqui, até nossos barracos são castelos/ em nossa imaginação... Sonhou feliz, Nelson Cavaquinho.

Certa vez, deitado no chão e olhando para o alto e a imaginar o morro todo em verde e rosa, descobri que a natureza já tinha feito a sua parte. As mangueiras, muitas mangueiras, coloriam a paisagem com todo o verde possível e necessário. Nesse dia entendi a razão/ inspiração do verso Mangueira, teu cenário é uma beleza/ que a natureza criou... Só faltava o rosa, pensei. (1)
Foi há muito tempo que ouvi falar pela primeira vez das grandes mulheres de Mangueira. Vovó Lucíola, parteira que ajudou muitos mangueirenses a chegar ao mundo, dona de uma sabedoria de preta velha, e que muitos diziam ser mais antiga que o próprio morro, me contou, com riqueza de detalhes, lindas histórias de doçura e de bravura, que me encantaram a alma e invadiram a minha imaginação.

Ainda lembro quando vovó me pegou pelo braço e apontou uma frondosa mangueira no alto do morro e falou: "tá vendo aquela árvore, "fio"?" Enxuguei as lágrimas que insistiam em molhar meu rosto e firmei o olhar na direção apontada. E, continuou vovó: "ela é como um elo entre as mulheres do morro e a nossa Escola de Samba. A raiz, o tronco resistente e os galhos cheios de folhas, servem para proteger as flores que se transformarão em frutos. Assim, também, são as mulheres, daqui e de qualquer lugar, "fio"! Nós somos como as árvores, como a natureza, geramos vida e continuidade através dos nossos frutos. Assim é a nossa vivência e nossa contribuição com a Mangueira!".
Neste dia entendi que o que estava faltando era o rosa feminino daquelas mulheres para fazer par com o verde das mangueiras... Eram as "ROSAS" de Mangueira que estavam faltando!
Tudo agora fazia sentido! Os homens foram a raiz e o tronco, mas as mulheres foram as flores, as "ROSAS" que geraram os frutos mais doces que a Mangueira me deu!

Algum tempo depois, novamente deitado no chão e olhando as mangueiras, agora enfeitadas de flores, lembrei-me da minha conversa com vovó Lucíola. Lentamente adormeci e sonhei. Sonhei com as grandes mulheres de Mangueira recebendo outras grandes mulheres do Brasil para um magistral desfile de carnaval. Sonhei que era primavera no morro e as "ROSAS", em verso e prosa, novamente, desabrocharam com todo o seu esplendor.

Venham divinas damas que carregam no sangue esta nobreza ancestral, despertem para sonhar novamente e ouçam os versos mais belos que o poeta compôs para lhes ofertar. Por mais esta noite, desçam o morro em cortejo para reinar na folia como legítimas representantes da dinastia do samba, pois é através de suas memórias que a Mangueira vem contar e cantar a trajetória de outras grandes mulheres do Brasil.

Venha vovó Lucíola, e seja novamente a minha guia! Deixe o doce perfume de suas lembranças invadir o meu sonho, entorpecer a minha alma e se espalhar por ruas, becos e vielas.
Na liberdade que somente a poesia e os sonhos podem conceder, vejo os barracos/castelos enfeitados com guirlandas florais e o povo vestido com fidalguia para a noite triunfal.
E as baianas giram e o movimento de suas saias me faz recordar as histórias de valentia e superação que havia escutado muito tempo atrás. Então, presencio Tia Fé, anciã que carrega no próprio nome a força da religiosidade das mulheres do morro, sendo aclamada como uma verdadeira quebradeira de grilhões na aurora da Estação Primeira, e glorifico as mães do samba.
Salve as "Candaces do Brasil"!

Salve Suluca da Mangueira, tal como Chica da Silva, uma autêntica herdeira da realeza africana!
Orayê yê o, Ciata de Oxum; a sua benção Mãe Menininha do Gantois!
Os acordes afinados de um violão me chamam a atenção e uma suave melodia embala o meu sonho. Não demora e o coro, ao longe, também se faz ouvir e o canto harmonioso das pastorinhas de Mangueira atravessa a barreira do tempo, unindo passado e presente e, num compasso emocionante, faz-se ecoar pelas vozes das grandes cantoras mangueirenses, que hoje cantam em homenagem às grandes intérpretes do Brasil. E tem Chica, Chica Boom e balangandãs para todo o lado e disputas acirradas entre as Rainhas do rádio. Mas, sempre haverá uma "bandeira branca" para "clarear" a alegria!

O morro é festeiro e transpira musicalidade. E tem jongo e maxixe nos cordões de velhos, mas a batucada é soberana para embalar a cantoria e animar o povão quando chega o carnaval. Protegida pela Guarda Real da bateria, a rainha desce as escadarias do seu castelo, no alto do morro, e se posta à frente dos ritmistas com altivez monárquica para receber as rainhas da beleza brasileira, lideradas por Gisele Bündchen e Marta Rocha coroada, com a faixa no peito e o cetro na mão. Trajes típicos desfilam a nossa brasilidade e se misturam às mulatas e cabrochas em apresentação apoteótica. No meu sonho "Real", o Buraco Quente se transforma em passarela de moda e de samba; porque, no reinado de Momo, todas as mulheres são belas rainhas e nós, os seus súditos.
E, tudo em Mangueira é belo e tem seus fundamentos!

Feito um ritual mágico, tia Lina se posiciona para ser reverenciada como a primeira Porta-Bandeira da verde e rosa. Percebo os guardiões abrindo caminho enquanto o pavilhão mangueirense flutua em meio ao povo, conduzido com graça e elegância, ora por Neide, ora por Mocinha. É a arte em movimento antropofágico de Tarsila! É a delicadeza das mãos nos versos de Raquel de Queiroz; é a sensibilidade feminina transmitida em cores e gestos; é o poder da arte derrubando barreiras e preconceitos e empunhando a bandeira da igualdade.

As vozes se multiplicam e a cantoria aumenta. Mas é preciso concentração! Uma voz se destaca entre todas as outras e se faz respeitar! Em Mangueira, berço de grandes guerreiras, Dona Neuma, mulher de fibra, prestígio e liderança, é quem toma as rédeas da situação, seja nas árduas batalhas da vida, no dia a dia do morro ou nas alegres batalhas de confetes e serpentina. Sempre com a firmeza e a sensibilidade de uma líder nata. Quando necessário, fazia-se Maria Quitéria nas pelejas para defender o samba e a Mangueira, mas se alguém precisasse de auxílio, rapidamente se transformava em Ana Néri para socorrer.

Então, respeitem quem pode chegar aonde elas chegaram e abram alas para todas as mulheres que se colocaram à frente de seus tempos e que, nunca estiveram à espera de príncipes encantados para lhes salvar! São estas mulheres que nos conquistam pela simplicidade e, ao mesmo tempo, se impõem pela grandiosidade, e que hoje, personificadas em Dona Zica e aclamadas em um desfile triunfal, recebem de Mangueira o que a história oficial muitas vezes lhes negou: a valorização e o reconhecimento. Que seus exemplos de força e persistência se transformem em uma espécie de vento suave e contínuo capaz de tremular no ponto mais alto das nossas consciências a legítima bandeira verde e rosa... Que o rosa possa significar a mais singela tradução do nosso reconhecimento a todas as mulheres deste país... E que o verde possa transmitir a nossa esperança por igualdade de direitos, para a honra e glória daquelas que lutaram e ainda lutam por dignidade.
Ainda inebriado, sinto o rosa da alvorada no morro a me despertar. Percebo que o meu sonho está chegando ao fim, não no sentido de acabar, mas porque está se tornando realidade!

A sua benção vovó Lucíola e, obrigado por me permitir sonhar, por esta noite, o seu sonho maior de igualdade e respeito a todas as mulheres.

?a sua, a nossa Mangueira que está na Avenida e, todas as Marias com as latas d?água nas cabeças, as negas mais malucas do que nunca, as cabrochas e mulatas e as senhoras do Departamento Feminino e da Velha-Guarda, vêm saudar as nossas Ritas Lee, as nossas Martas Vieira da Silva, as nossas Marias da Penha e as nossas Fernandas Montenegro porque, para honra e glória do Brasil, "Agora Chegou a Vez, Vou Cantar: Mulher de Mangueira, Mulher Brasileira Em Primeiro Lugar!" 




Cid Carvalho.

(1) Trecho retirado da revista: Mangueira, Paixão em Verde e Rosa de 2005. Texto do então Presidente da Agremiação Álvaro Luiz Caetano e livremente adaptado por Cid Carvalho.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Pois o amor é confuso

Vem a madrugada numa composição de uma noite breve, mas que ilude-me de tal forma que eterniza meu sofrimento no silencio que só o frio de uma manhã escura pode proporcionar.

Guardo-me no silêncio proposto e refugio-me na minha insistente solidão, pois o tempo ainda não é meu amigo. E por não ser meu amigo, deixa-me como estranho nessa fraca relação do viver.

Propositalmente sinto-me assim, mas adepto de uma improvisação que só quem amou sabe o que quero descrever. Não basta sequenciar palavras em estranhas combinações, basta sim, uma combinação de estranhos sentimentos para nos levar novamente ao "estranho", que de certo modo é conhecido, mas que mesmo diante do roteiro calejado da dor, nos leva iludir-se a uma final tristemente feliz.

Não julgue, caro leitos, minhas palavras como sem lógica literária, pois o que há de prevalecer é sua logica sentimental entre laços e entre laços de uma dor que só se descreve em palavras, e a dor há de saber que nem sempre sabemos descrever.

Correndo Para Você



Whitney Houston - Run To You
Eu sei que quando você olha pra mim
Tem tanta coisa que você simplesmente não vê
Mas se você apenas pudesse pegar um tempo
Eu sei que em meu coração você encontraria
Uma garota que se assusta as vezes
Que não é sempre forte
Você não consegue ver o sofrimento em mim
Eu me sinto tão sozinha

[ Refrão ]
Eu quero correr para você
Eu quero correr para você
Você não pode me envolver em seus braços e me manter segura do mal?
Eu quero correr para você
Mas se eu for para você
Me diz se vai ficar
Ou vai embora

A cada dia, a cada dia eu represento meu papel
De alguém que está sempre no controle
Mas à noite eu venho para casa e viro a chave
Não tem ninguém ali, ninguém se importa comigo
Qual é o sentido de se lutar tanto para realizar seus sonhos
Sem ninguém para poder partilhá-los
Me diga qual o objetivo

[ Refrão ]

Fugir, não
Eu preciso de você aqui, Eu preciso de você aqui para secar as minhas lágrimas
Para me beijar e espantar meus medos
Não, se você apenas soubesse o quanto eu queria correr para você
Você sabe que eu quero correr para você
Você não pode me envolver em seus braços e me manter segura do mal?
Eu quero correr para você
Mas se eu for para você
Me diz se você vai ficar
Ou vai embora

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Leitura de texto - Vamos em frente

Todo mundo tem seu Xodó

Felizmente estou sentimentalmente solteiro, mas não posso deixar de negar que assim como qualquer um, sempre guardamos em nossos corações um espaço reservado aquela pessoa especial em nossa vida que nos proporciona em qualquer momento a mágica sensação de tornar qualquer coisa ou situação especial. São aquelas pessoas que nos faz acreditar que o amor pode ter mudado de endereço, mas não de essência. São aquelas que nos faz acreditar que elas não são indicadas para nossa vida, mas que nossa vida não seria tão vida sem elas.  Como um bom Edilson que sou, eu também tenho uma pessoa assim que carinhosamente a chamo de xodó.


 

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Quando vale a pena não raciocinar

( 2ª Parte)


Muito mais que continentes que nos separavam, eram as imensas perguntas que brotavam na minha cabeça diante do aconteceu entre nós. Perguntas que me sufocavam de tal forma, que em sua grande maioria sempre acabavam sem explicações. Minto, não eram tão sufocantes assim. Eu me vi inúmeras vezes me remoendo em conceitos e preconceitos estabelecidos, como se soubesse a formula certa para explicar tudo, sem me ater aos sentimentos, claro. Apenas como um bom "antropólogo" das relações amorosas. Apenas bobagem da minha parte, apenas.
Como era de se esperar, deixei que o pouco tempo de nossa relação fosse proporcional ao tempo que esqueci tudo, aliás, confesso que nem esqueci, mas passei a observar de longe, bem de longe, para que assim tão perto eu pudesse estar. Em silêncio, quase me fingindo de morto, permaneci e observei. Sem pretensões nenhuma, sem proposta alguma. Logo perdi a curiosidade e em minha vida você passou a ser mais uma pessoa distinta de qualquer mudança sentimental. E tudo passa a ser como era antes, como sempre foi. E engana-se, caro leitor, se acha que foi tão conturbado essa minha desventura ou tenha causado um marcante revolução sentimental, pois como eu havia dito o que relato é apenas os detalhes de um simples momento em que todos nós estamos sujeitos a viver e vivemos, mas que normalmente não paramos para ver a beleza que o simples e o cotidiano pode ter em nossas vidas, por isso reafirmo. Não se trata de uma narrativa de um autor apaixonado, dessa vez não.

A vida seguia normalmente como sempre seguiu. Em meu trabalho, em minha casa, com minha família, na minha solidão ou não. Se tudo foi normal, depois do que aconteceu não tinha porque mudar. Só que a vida é sempre um caixinha de surpresas recheadas de entrelinhas covardes que vez por outra tenta nos enganar.  Um "oi" surge na caixinha de mensagem com pretensões que nem ao menos tive tempo de pensar, com propostas que me levaria a reviver ou descobrir um diferente no que é normal. Surge então um diálogo simples mas pretensioso. Surge um olhar diferente, e claro, mil desculpas pelo ocorrido que sempre é de ambas as partes. O gelo é quebrado e aos poucos nos vemos outra vez em uma conversa que propositalmente me deixei levar. A conversa foi rápida e objetiva, pois logo, logo estaria mais uma vez do meu lado. E assim aconteceu.

Era domingo. em um dia de muitos ensaios e extremamente cansativo, cheguei em casa com uma forte dor de cabeça que mal deixava eu assistir. Sozinho, me vi ter que aguentar calado, sem assistência de ninguém, suportando uma dor suportável, mas que me deixava extremamente desconfortável. Foi aí que desliguei tudo e apenas com a luz do aquário, deixei o silencio dominar minha casa. No entanto esse silêncio foi interrompido com alguém me chamando pelo nome. Olho com detalhe entre as venezianas da porta e você está. Abri a porta com calma para que não chamasse tanta atenção e você entrou.  Você ousou na simpatia e eu no descaramento ao fingir que nada aconteceu. Deixamos as apresentações de lado e rápido fugimos do constrangimento ao debulhar o primeiro assunto que veio em mente. Confesso que nem ao menos lembro que assunto era esse, pois não foi importante pra mim. Tentamos fugir de todas as formas, mas como se o arrependimento falasse mais alto você êxito em comentar. Falou abertamente do que sentiu e o que lhe incomodava. Era sim arrependimento, mas dessa vez não pelo o aconteceu, mas como eu fui tratado em sequencia. Evitei aprofundar nesse assunto com argumentos de "deixa pra lá" e assim estávamos nos conhecendo melhor. Rindo de coisas que naturalmente iam surgindo. Falamos de livros, falamos de filmes, fui insultado, assim como também insultei. E em uma noite divertida a gente pode perceber que éramos um pouquinho diferente, mas descobrimos, apesar de tudo, qu tudo valeu a pena. E sem melancolia e exageros éramos duas pessoas dispostas e viver esquecendo o passado, pra provar do presente e deixar o futuro pra amanhã.

Recusei-me a pensar, me recusei a me orgulhar, me recusei a tudo que poderia em sã consciência me orientar em uma sábia atitude. Só não me recusei a te beijar, pois eu sei que somos produtos dos nossos desejos e como tais produtos, também temos nossa data de validade, que por mais cruel seja a comparação, eu tenho a certeza que ninguém perderia a oportunidade que esse sentimento me levaria a viver sendo produto ou consumidor deste ato que só me levaria ao prazer do momento. E assim, deixamos que o prazer roteirizasse aquele momento, sem pretensão nenhuma de raciocinar.
A noite parecia não ter fim, contrariando a conhecida frase de que o que é bom dura pouco. Nos divertimos muito, até que a minha dor de cabeça falou mais alto. Tive que por diversas vezes interromper o assunto, ou seja, lá o que estávamos fazendo, para que eu me recuperasse ao menos por um instante. A dor passou a ser insuportável. Foi então que o acaso inverteu os seus papeis. Se na primeira vez eu cuidei, passei então a ser cuidado. Nunca imaginei que um dor pudesse me proporcionar momentos de tão singelo carinho. Momentos simples, mas de tamanha significância. Eu poderia estar sendo leviano se dissesse que minha dor passou, o que não seria verdade, mas posso dizer que tornou-se uma dor mais suportável que os despretensiosos gestos poderiam ser capazes de tornar tudo tão real.


A noite foi divertida, tudo era diferente e nem mesmo a doença foi capaz de prejudicar, pois até minha dor de cabeça foi coadjuvante daquele momento. Então interrompi tudo em um súbito racional o qual me fez parar no tempo e rever o que passou. Daí, razão dialogou com meus sentimentos extraindo uma atitude antes por mim tomada, mas que dessa vez teria um rumo diferente. Olhei em seus olhos e comecei lhe beijar dos pés a cabeça, em cada espaço do corpo, mantendo em segredo o real propósito daquela atitude. Poderia ser um gesto de retribuição de carinho que até foi questionado seu motivo, mas tornei aquele momento misterioso, o qual mais tarde eu o revelaria. Olhei em seus olhos e sorri, finalizando essa simples noite em que até a despedida conquistou sua importância. Mostrando que o amor pode existir até mesmo quando é cedo demais para se perceber amante e tarde de mais para se notar amado, porque mais cedo ou mais tarde seremos vítimas ou vilões das consequências do amor ou de atitudes tão simples como a que singelamente vivemos nessa noite aparentemente sem fim.



( 1ª Parte Clique aqui)

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Um Brasil que vivemos é um Brasil que escolhemos viver

Protestos por todo Brasil em 2013
Sinto que o Brasil está tristemente representado e nessas eleições temos péssimas opções. Não sou de anular votos e nem irei, certo mesmo apenas para estadual, federal e senador, já governo é o problema. Sinto que devo votar no menos ruim, o que de certo modo jogaria meu voto no lixo. Já para presidente acredito que meu voto será para Marina Silva. Talvez ela não seja a solução mágica dos nossos problemas, mas de certo modo acredito que ela vai fazer mudanças boas e radicais no cenário político do Brasil, por esse motivo, acredito eu que ela esteja sofrendo tantos ataques. São ataques que vem alimentando a população e ocupando o espaço eleitoral onde deveria conter propostas de seus respectivos candidatos. São ataques de estão sim fazendo muita diferença e que podemos ver isso nas diversas pesquisas. Sem falar no questionamento que se dá sobre sua religião. Sou católico e não vejo problemas em ter uma presidente evangélica, principalmente se ela tiver o amadurecimento que presidir um país de forma laica.Acredito que não teremos problemas, caso contrário realmente será uma dor de cabeça. Mas vamos refletir um pouco, um país com tantos problemas estruturais, econômicos, administrativos e o escambau, questionar esse "problema" seria de fato o fator X dos nosso problemas? E entendas que não quero me ausentar desse questionamento, mas acho que não é prioridade quando se trata de uma eleição que aos poucos estamos reelegendo a representante de um partido que trata políticos corruptos julgados e condenados como heróis. Esquecerem desse detalhe, ou estão atendo a ataques no horário eleitoral? 

Bom, vindo de onde vem, mentir virou rotina no que diz respeito ao partido dos trabalhadores, afinal de contas eles tem bons representantes, não é mesmo Senhora presidente? Já acho um absurdo essa desigualdade de tempo aos candidatos, e a senhora ainda usa seu espaço para ataques?! Se bem que não é só ela que usa o horário eleitoral para esses fins, mas enfim, será que atitudes assim desestimula a população a participar mais na política? Bom, baseado no efeito negativo que tem movimentado as pesquisas, acredito que não. Dilma não é boba de parar com ataques sabendo que após tomar essas atitudes sua principal concorrente está em uma instável pontuação. Dentre esses fatores, ainda acho que as eleições deste ano, pelo menos "por aqui" não esquentou tanto como eu achava que iria.

Outro questionamento importante que quero fazer é a respeito do comportamento do próprio brasileiro. Onde foram parar os grande guerreiros que ferozmente foram as ruas impor mudanças na educação, na saúde, nos transportes, na transparência e por ai vai? Será que realmente adiantou tanta euforia, tanto quebra quebra e hoje nos encontramos próximo ao dia de votação e estamos prestes a reeleger aquela que pouco mais de um ano queríamos a cabeça?! Bom, realmente não sou antropólogo ou cientista político, mas são questionamentos que qualquer leigo pode fazer e refletir. Por isso reflita, pois um Brasil que vivemos é um Brasil que escolhemos viver.

Edilson Gomes

Repertório marcante da Quadrilha Cada Macaco no seu Galho 2008


quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Eu sou...










Sou filho do vento, improviso na vida e ensaio a arte, contemplo o mundo transformo o fato. Sou rei do meu mundo e em tudo quero que seja fantástico. Quero ser único mesmo sabendo que já sou, quero ser visto, quero ser lembrado, o tempo é meu, mas eu não sou do tempo. Sou amante de mim mesmo, eternizo qualquer romance na lamentável dor do acaso como proposta de depois do fim continuar amando. 





Sou invejado e gosto disso. Invejo, mas busco superar. Sou humano por que Deus quis assim, mas se ele deixasse eu escolher, não que eu esteja insatisfeito, mas eu seria um pássaro, e envés de escrever e compor poemas eu apenas voaria para inspirar outros poetas a escrever sobre mim. E modéstia a parte, eu sei quando não sei o que fazer e quando tô fazendo, sinceramente eu me garanto. Sou prisioneiro da minha qualidade e refém do desafio de querer ser melhor e meu defeito é saber que sou bom, pois interrompo um elogio pra completar a bajulação.




Enfim, eu posso não ser assim, mas se a poesia me descreveu de tal forma, serei.

Nos acordes do amor...

Segui rumos diferentes, inexploráveis e me encontrei distante de muito que construí ao longo da vida. Em um caminho constante que nem ao menos me deu tempo suficiente para olhar para trás e notar a maluca dinâmica da vida. Quando menos esperei tudo era diferente, até que uns jovens eufóricos e com brilho no olhar me encontraram com e me proporcionaram uma novidade já saboreado outrora em minha vida.

Convidaram-me a reviver a alegria de dirigir e conceber uma esquete cristã para um festival de teatro. Obvio que aceitei, final amo o teatro sem barreiras, mas aí eu me envolvi de uma maneira tão intensa e verdadeira que tais dificuldades que foram surgindo já eram pra mim alimento para não voltar atrás. Senti novamente aquele desejo e sabor que só quem ama o que faz sabe o verdadeiro paladar. O carisma, o olhar, a verdade expressa nos olhos de jovens tão dedicados e tão guerreiros me encantou de uma tal forma que mexeu com meu interior e me fez sentir saudades de tudo. Então aquelas nostalgia envolveu-me e me fez tomar decisões que podem interromper o rumo natural da minha vida e me direcionar novamente a outros caminhos que verdadeiramente eu nunca reclamei. Se assim for necessário, deixarei me guiar nesse horizontes novamente e com muito prazer fazer tudo diferente sem mudar o seu curso.

Bom, dessa esquete tão trabalhosa e tão intensa, veio os resultados. Em uma noite divertidíssima, nos encontramos mais uma vez em um festival que veio em noites atrás consagrar-me como melhor ator e dessa vez com um conjunto técnico reconhecido e que alimentou sim meu ego, mas de forma nenhum foi capaz de estar acima de humildade, simplicidade, amor e carinho que reaprendi ao lado da meninada que trabalhei e claro, de foma nenhum posso dizer que esse trabalho foi apenas meu. Muito pelo contrário, a coletividade é sim a grande campeã.

Voltamos para casa eufóricos sendo esquete mais premiada e comentada, o qual nos consagrou com cinco prêmios; Melhor cenário, Melhor Maquiagem, Melhor texto original, Melhor Figurino e o terceiro lugar. No entanto, existe um prêmio o qual acredito que tem uma particularidade pessoal, esse pra mim seria o sexto que tem apenas um consagrado, eu. Um prêmio que ganhei, talvez não por merecimento, mas por amor de quem foi capaz de olhar para mim novamente e reconhecer minha capacidade de lutar até o fim mesmo com dificuldades. Acreditaram no meu trabalho, mas esse sexto prêmio é para mim o melhor, pois me trouxe novamente o desejo de olhar para coisas simples e degustar o que poucos são capazes de enxergar, o amor as obras divinas que são boas a usarem dos mais simples jeitos a nossa vida e transformá-las. Por isso, obrigado.



Eu sabia que esse momento ia chegar e chegou.



A bonequinha mais amada de Maranguape agora vai invadir a telinha e dessa vez vai conquistar não somente Maranguape, mas todo Ceará. E o que dizer dessa conquista? MUUUUITO MERECIDA!!!

Minha bonequinha foi capaz de enfrentar as críticas provando o contrário com muito trabalho, garra, estudos e determinação. Superou todas as nossas expectativas e garantiu de vez seu espaço no nosso coração. Já tinha virado um bordão de que essa menina iria rápidinho conquistar as telinhas e trabalhar na tv. E o que é melhor, seu espaço foi conquistado com seu próprio suor, estudo e talento, não dependeu de peixada nem coisa parecida.

Sempre me deixou cheio de orgulho e dessa vez passa a ser definitivamente um orgulho para nossa cidade como sempre foi, agora declaradamente.

Confesso que vou morrer de tantas saudades ao olhar pro computador do lado e não ter minha bonequinha mandando eu e o Pedro Neto calar a boca ou eu e o Georges Anderson deixar de ser besta com nossas mungangagens. Vou ficar com o nó na garganta quando sentir sua falta e não te ter do meu lado. Imagine como vai se sentir o Adaíno Sardemberg quando precisar dividir pautas contigo, seu companheiro inseparável de eventos do trabalho. No entanto, vai confortar nossos corações em saber que você conquistou uma importante fase em sua vida, sonho de muitos estudantes como você e conquista merecidamente seu espaço na tv. Quando eu lembrar disso vou ter o prazer de dizer que apesar da saudade você está muito feliz.

Obrigado por ser essa bonequinha tão amada por todos. Tá na hora de seguir, pois se antes você já era estourada, agora posso dizer oficialmente que Lívia Andrade, você é a bonequinha mais top da cidade!

Sucesso, amor e saúde!

O circulo Vermelho no meu verde e amarelo

(1ª Parte)


Quando te vi pela a primeira vez, o seu diferencial atingiu o meu comum e mexeu de certo modo ao ponto de despertar em mim uma vontade CONTROLADA de querer lhe ver e conhecer. Diante da situação e do meu próprio cotidiano, pude adiar essa interferência em minha vida, que a meu ver mexeria legal em mim, e mexeu. Então, por acaso a gente conversa pelo facebook e ao desenrolar da conversa descobrimos um desejo em comum, de conversar um com o outro. Talvez esse nosso cotidiano tão diferente, nos proporcionou esse receio. E então, bastou apenas um círculo vermelho para retirar aquela amarga derrota da verde e amarela. Quase que sem condições você já estava em meus braços, mas não como eu queria, mas como qualquer torcedor da camisa amarelinha estaria. Me vi na responsabilidade de cuidar de você, mesmo achando que a ordem dos fatores estivesse um pouco alterada.
No entanto, não me prendi aos detalhes da vida, não vi nem revi motivos e evitei ao máximo não abusar de sua ingenuidade e incapacidade de tomar conscientes decisões e me restringi. Evitei o pior, no limite da minha humanidade, evitei. Posso sim dizer que apesar dos limites morais impostos por mim aquela noite, foi diferente, foi divertida, foi trabalhosa e me proporcionou vivenciar tudo com muita alegria e dedicação. Você sujou minha casa, mas limpou meu ego, você abusou do meu corpo, mas deixou intacto meu coração, você completou, mas em um amanhecer que mesmo diante da minha torcida para que assim demorasse a chegar, você partiu. Deixou comigo apenas a saudade e a certeza de que as vezes o amor se manifesta de forma passageira em nossas vidas, espalhando rastros de sensações, e pode sim proporcionar degustações de prazer e carinho, de amor e respeito, por mais passageiro que seja, mas você veio e foi legal, sem amarrar e compromissos.

Após sua partida, assim como qualquer pessoa, eu fiquei com receio, e sem saber como agir, sem saber como falar ou lhe dar com tudo isso. Por mais que nossos caminhos dificilmente poderia se cruzar, por mais que nossos ciclos de amizades fossem favoráveis a um desencontro. O receio de não saber lhe dar com a situação veio em mim. Por mais bobo que seja da minha parte, por mais desnecessário que seja, sim eu fiquei preocupado com tudo que aconteceu, como se do nada você viesse me culpar por forçar qualquer coisa, sendo que na verdade o que fiz foi cuidar de você da forma mais carinhosa possível, mas mesmo assim eu fiquei com receios.

Meu receio, por bem logo passou e em mim apenas ficou a expectativas de que tudo pudesse seguir seu caminho. Bom caro leitor, para quem lê essa postagem e acha que estou definitivamente apaixonado, devo informá-lo que tal relato se baseia em uma situação inusitada em minha vida o qual naturalmente tive que poetizar, pois a naturalidade dos fatos não poderia de forma nenhuma seguir outro rumo. Por mais belo e singelo sejam a forma que relato o que aconteceu, confesso que ainda não estou apaixonado e se atentares o que vem pela frente verás os motivos pelo qual tudo ainda não seguiu esse rumo aparentemente "certo".

Após a calmaria, do nada você chega em meu facebook para simplesmente lamentar o que aconteceu, como se não soubesse a importância de tudo e jogasse tanto carinho e cuidado pela janela, como se não se importasse "se importando" comigo. Jogando de forma tão incerta uma noite difícil, porém controlada. Como se não soubesse que entre erros e acertos estávamos juntos ali, naquele momento e nos divertimos, sem se importar com o ontem, hoje e depois independente de compromisso com o outro ou não. Dai caiu a ficha que eu poderia ter sido usado como consolo, como passatempo, distração ou coisa parecida, como se eu fosse também aquela bebica ingerida no momento da diversão, mas que no dia seguinte eu lhe proporcionasse tal ressaca o qual me culparia por simplesmente estar com você. Foi de fato um banho de água fria, mas que rapidamente fui esquecendo de forma simplificada e amigável em minha vida. Evitei contato e qualquer possibilidade de expressar frustração ou coisa parecida. Afinal de contas, por ter te conhecido apenas uma noite, por ter pouco vinculo ou por não estarmos tão ligados até então, foi até fácil esquecer você. O que não devo dizer pela situação que tive que passar depois, mas enfim, facilmente passou.

No entanto a vida nos proporcionaria outro encontro, em outras situações o que me levará a contar logo mais. E entendam caro leitor, não estou nem estava apaixonado e meu relato se baseia apenas na frustração de ser jogado contra a situação, pois não havíamos compromisso com ninguém, muito menos um com o outro, apenas com o respeito que ao menos da minha parte foi cumprido rigorosamente. Essa virtude que devemos ter com qualquer um que cruz nossas vidas. Sim caro leitor, é como se sua mente viesse gritar em minha mente exclamando afirmações que por mais precoce que seja eu preferiria não escutar. E se,  caro leitor, eu tivesse a pretensão de me apaixonar no primeiro encontro que mal há nisso, acaso não acredita amor a primeira vista? Sim caro leitor, por mais que seja essa dura resposta exclamando em minha mente ou imaginação eu tenho o dom de ousar.

Caro leitor não julgue tão rápido um coração tão jovem. Entenda-o como um simples pássaro que buscar somente o céu pra voar e que ao bater das asas possa ser levado contra ao vento e com o vento se ver em um destino que não busca apenas prende-se ao obvio dos sentimentos. Caro leitor, seja leve ao me julgar, por mais que foste a primeira vez que me encontraste nos braços desta pessoa. Afinal de contas, por mais que o destino me quisera em inconstantes sujeitos, em braços diversos, a essência que só um coração que se deixa jogar-se ao vento e um amor ainda incompreendido há de se preservar em um vicio alucinado de emoções. Caro leitor, deixa-me ao vento, deixa-me perder no início de tudo para que o fim seja para mim apenas o começo.


(2ª parte Clique aqui)