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sábado, 18 de outubro de 2014

Graças as estrelas! Ou seria a culpa?

Em algum lugar assisti alguém comentar que amar e/ou sofrer por amor, o que não deixa de ser amar, nos deixa criativos. Isso é verdade. O que impulsionou a alguns meses atrás escrever um série de textos e crônicas sobre minhas aventuras e desventuras no amor, no entanto, hoje solteiro de corpo, alma e coração me vejo com a difícil tarefa de relatar tais momentos apenas no uso das memórias e suas cicatrizes, o que pode levar o texto a sofrer uma certa rigidez e frieza.

Hoje pude resgatar essa sensibilidade, mesmo que seja de forma artificial, assistindo um lindo filme romântico. Guardei firmemente cada lágrima que pudesse vir a cair, no intuito de transforma-las em tintas e compor com a mesma sensibilidade e intensidade o que por ventura, naquele momento viesse me fazer chorar. Com isso deposito toda gratidão a alguns estrelas que injustamente vem sendo acusadas de algo que para mim foi lindo no ponto de vista romântico

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Quando a segunda vez parece a primeira - Parte 3

Edilson Gomes
Ainda em seus braços, me deixei ser lançado no jogo da sedução, nas proposta e sua respectivas consequências. Me deixei seguir no caminho, que devido a tudo, por mais natural que os quisesse, deixou definitivamente de seguir seu curso com a força do acaso e passou a seguir um caminho levemente orientando. Não que tudo passou a ser artificial, é que por mais que nossos sentimentos fossem ainda eufóricos e levemente exalante, seguíamos de certo modo apreensivos. Assim, ao poucos o menino moleque que gostava de ser moleque teve que aprender a crescer, e crescer rapidamente, retomando posturas e repensando cada passo, tentando evitar um triste caminho, o que aparentemente era inevitável.

E foi então inevitável. Meu coração, tão sincero de menino, não soube passar para meus atos algo diferente, assumindo um estranhamento infiel a minha capacidade de respeitar. E eu me perdi novamente em meus conceitos, sem nenhuma orientação, apenas com a pretensão de fugir. Fui alimentando, mas evitava ser alimentado, foi fugindo, sem ao menos seguir outro caminho, apenas ali, sem ao menos sair de perto. Queria a distância, mas não dava distância, queria fugir e somente fugir. Aquele menino moleque, que já não era moleque se via preso em seu próprio medo, mas que sabia que esse medo não poderia de nenhuma formar provar que o aquele sentimento expressado para mim era amor. E esse amor que o guardava com muito carinho foi que de certo modo me confortou e vez por outra veio me trazer de volta a razão. Uma razão que me proporcionou atentar o momento que eu vivia, podendo assim avaliar com exatidão o caminho de volta e o caminho de seguir, o qual me deu a chance de escolher um dos dois. No entanto, esse dois caminhos me proporcionavam lugares diferentes, sensações diferentes em vivências diferentes, me trazendo misturas de outros sentimentos que propriamente dita, poderiam ser os mesmo para ambos os lados, mas que dependendo do caminho, a ardem dos fatores alterava definitivamente o produto, que de fato o produto era eu. Foi quando tomei a pior decisão de todas, construindo o meu próprio caminho sem direito a ensaios, sem direitos sonhos, sem direito algum, nem menos o de voltar a trás.

Aquele menino moleque que já não era mais moleque, tinha em suas mãos a oportunidade de construir uma nova história, de começar do zero, superando a dor do passado. Sufocando o medo e batalhando até o último dia de tristeza, até que vitória se resumisse a um lindo amor que naquele momento se construíra. No entanto, aquele menino moleque, que assim assustado moleque quis fugir construindo uma história às cegas, sem ao menos enxergar um palmo a sua frente, sem ao menos ter a certeza quem seria o mocinho e o vilão dessa história onde qualquer personagem poderia ser a vítima. E assim, o menino moleque que já não era mais moleque passou a agir de forma desleal a seus conceitos e a seu jeito moleque de viver, que por mais que não fosse moleque, assim menino moleque poderia ainda, de um jeito ou de outro um moleque ser. Quando recebia um gesto de carinho, o menino desprezava, quando se chamava pra sair, o menino recusava, quando demostrava saudades o menino ignorava e tudo que era de menino moleque, o menino não usava. Daí a tal amante, que não era mais amada, sofreu como uma rosa que não era mais regada. E aquele menino moleque que ficou com medo de seguir,por mais que não fosse mais moleque, dizia que queria se divertir. E sem perceber, o menino moleque passou a transmitir uma dor que só existia naquele menino moleque, que por mais que não fosse moleque já tinha ensinado como faz pra sofrer. E tais tentativas de uma novo amor, já não seguia tão forte como meta daquela amada que queria de um jeito ou de outro reconquistar aquele menino moleque. 
 
Não que eu queira defender aquele menino moleque que a muito tempo eu fui, mas era que ainda o sofrimento ancorava o coração, que como menino moleque se aventurava na juventude. Encontrou de certo modo um sonho presente com um sabor do passado, que por mais que fossem diferentes, a aparência física torturava e confundia o coração, e com medo de sofrer, ele menino moleque, se defendia do passado sem sabe que o presente era quem sofria a dor. E aquela tão inocente amada, que agora desprezada, não tinha culpa de ser tão fisicamente parecida com o passado do menino moleque. Se ela saberia da coincidência ou não, isso pouco importou, pois aquela amada só queria reconquistar aquele amor que estava no menino moleque que já não era moleque, mas sabia o que era amor. E a menina amada que já não era amada não desistiu daquele menino moleque que já não era moleque, mas já sabia transmitir o triste sentimento da dor.

Edilson Gomes, Fortaleza - Ceará

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Quando a segunda vez parece a primeira - Parte 2

Edilson Gomes
Coitado menino moleque que iludido pelo próprio coração, se viu tão perdido, quase que escondido em caminhos sugeridos pelo refugio da dor. Coitado menino moleque, que até tinha a pretensão de sonhar, mas que esquecera de avisar aos outros sentimentos que a real proposta era mudar. Escondido menino moleque no escuro do prazer, pois o prazer poderia oculta-se nos esconderijos de seus lençóis, refugiando-se em braços pretensiosos que também só queria ser feliz, e que inocentemente esquecera do manhã, que vinha revelar-se traiçoeira, confundindo aquele menino moleque que de fato era eu. A dor da saudade no sabor do passado, vinha mais uma vez inquietar-me. Covardemente impedindo-me de exercer o direito de descobrir novos sentimentos. Ancorando-me no passado e provando novamente da dor do amargo e triste fim. Foi quando a magia do novo se transformou no medo, foi quando a solidão teve ares de um novo refugio. Foi quando tudo voltou a ser nada.

No entanto aquele lindo sorriso, nos primeiros raios da manhã veio marcar sua presença, como se quisesse relembrar o que vivemos a poucas horas atrás. Sua timidez me contagiou, levando-me a quebrar qualquer possível constrangimento, quebrando qualquer gelo de um inexistente arrependimento que pulsava em nossa modéstias. Era um sorriso singelo, como se quisesse expressar alegria sem assustar-me. Cuidadosamente se levantou, sentou-se ao meu lado e espreguiçou-se, com o nítido pretexto de me abraçar. O tempo que levei para decifrar sua real intensão não foi suficiente nem ao menos para sentir seu beijo em meu rosto, que rapidamente veio presentear-me. Deitamos novamente um do lado do outro, em seguida fixamos nosso olhar construindo diálogo indescritíveis que por mais que tivéssemos a pretensão de falar, sabíamos que nossos olhos já falavam por nós. Aquele momento foi diferente para o menino moleque, que inspirou e profundamente expirou um ar de uma longa tristeza guardada em sí, como se naturalmente tivesse a pretensão de livra-se dela. Então esse menino moleque, que de fato sou eu, virou-se e olhou para o alto, tendo a infeliz lembrança de sua realidade. Recordando que um passado ainda martelava seu coração, pois mais pretensioso fosse na busca mudança. Eu menino moleque ainda vivenciava o presente num passado que Insite em ficar. Coitado menino moleque, que tava vivendo o seu nada, construiu um tudo, e que a pesar de tudo descobriu o que o nada ainda rodeava o seu mundo, mostrando-lhe naquela manhã que o nada ainda pode se fazer presente no tudo, como um simples fantasma que insiste no teto que naquele momento eu olhava.


Eu fiquei confuso, eu fiquei perdido. Eu queria entender, mas também queria esquecer. Eu queria o novo e esquecer o passado, mas o passado ainda era novo e o novo vinha como se fosse o início do passado, amedrontando-me nos meus possíveis passos e em meus possíveis versos, forçando a não agir, trazendo pro meu coração o medo de sofrer tudo de novo. Então olhei nos olhos de quem ainda transmitia a pureza do carinho e vi a determinação em querer me fazer feliz, e eu já me via rodeado de medo e dúvidas, pois compartilhar o amor também é caminho para compartilhar outros sentimentos como a verdade, que naturalmente poderiam transmitir. E a minha verdade estava ali, em um confuso menino moleque que já não sabia para onde seguir.

Tentei me questionar e até encontrar soluções. Era de fato para mim um caminho que eu queria muito seguir, mas deixei que o medo guiasse meu passos inspirado pelo amor. O certo confundiu-se com o errado, o medo atrapalhou-se com o carinho, o passado refletiu no presente e tudo se misturou. E em uma tarde de março, olhei em seus olhos sem me controlar, quase que naturalmente chamei pelo nome de quem eu já deveria ter esquecido. Recordo-me do seu olhar surpreso que rapidamente transformou-se em decepção, atingido muito mais do que o meu olhar, mas minha alma e minha razão. Quase que sem culpa, compartilhei uma angustia transmitindo uma tristeza, que rapidamente se tornaria em incertezas de um futuro influenciado pelo passado e que ainda não tinha pretensão de deixar-me ser feliz. Aquela altura do campeonato seguíamos caminhos de intenções comum. Não havíamos selados compromissos, mas a naturalidade em que transmitíamos carinho um pelo outro nos dava certeza do futuro, que se assim seguisse em breve seriamos namorados. Aquele momento pode interromper nossos passos e nos fez pensar e repensar em cada possíveis atos. Tudo era muito calculado, foi quando você resolveu fingir não ligar. Passou a sensação de que estava disposta e lutar por mim. Disposta a me conquistar e fazer esquecer aquela infeliz história do passado. Me deu a sensação que aquele inconsequente menino moleque valeria a pena seu sacrifício e me vi em seus braços, agora como uma meta, mas com a mesma pretensão de ser feliz.

Dom Casmurro - Machado de Assis

Posto agora a obra do escritor que mais me inspira. Abaixo segue o texto e um vídeo com um trecho que mexe comigo toda vez que vejo e releio. Confira.


"Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, "olhos de cigana oblíqua e dissimulada." Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira; eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra idéia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que... 

Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros; mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me. Quantos minutos gastamos naquele jogo? Só os relógios do Céu terão marcado esse tempo infinito e breve. A eternidade tem as suas pêndulas; nem por não acabar nunca deixa de querer saber a duração das felicidades e dos suplícios. Há de dobrar o gozo aos bem-aventurados do Céu conhecer a soma dos tormentos que já terão padecido
no inferno os seus inimigos; assim também a quantidade das delícias que terão gozado no Céu os seus desafetos aumentará as dores aos condenados do inferno. Este outro suplício escapou ao divino Dante; mas eu não estou aqui para emendar poetas. Estou para contar que, ao cabo de um tempo não marcado, agarrei-me definitivamente aos cabelos de Capitu, mas então com as mãos, e disse-lhe, — para dizer alguma coisa, — que era capaz de os pentear, se quisesse. 


— Você?
— Eu mesmo.
— Vai embaraçar-me o cabelo todo, isso sim.
— Se embaraçar, você desembaraça depois.
— Vamos ver.

Capitu deu-me as costas, voltando-se para o espelhinho. Peguei-lhe dos cabelos, colhi-os todos e entrei a alisá-los com o pente, desde a testa até as últimas pontas, que lhe desciam à cintura. Em pé não dava jeito: não esquecestes que ela era um nadinha mais alta que eu, mas ainda que fosse da mesma altura. Pedi-lhe
que se sentasse.

— Senta aqui, é melhor.

Sentou-se. "Vamos ver o grande cabeleireiro", disse-me rindo. Continuei a alisar os cabelos, com muito cuidado, e dividi-os em duas porções iguais, para compor as duas tranças. Não as fiz logo, nem assim depressa, como podem supor os cabeleireiros de ofício, mas devagar, devagarinho, saboreando pelo tato aqueles fios grossos, que eram parte dela. O trabalho era atrapalhado, às vezes por desazo, outras de propósito para desfazer o feito e refazê-lo. Os dedos roçavam na nuca da pequena ou nas espáduas z vestidas de chita, e a sensação era um deleite. Mas, enfim, os cabelos iam acabando, por mais que eu os quisesse intermináveis. Não pedi ao Céu que eles fossem tão longos como os da Aurora, porque não conhecia ainda esta divindade que os velhos poetas me apresentaram depois; mas, desejei penteá-los por todos os séculos dos séculos, tecer duas tranças que pudessem envolver o infinito por um número inominável de vezes. Se isto vos parecer enfático, desgraçado leitor, é que nunca penteastes uma pequena, nunca pusestes as mãos adolescentes na jovem cabeça de uma ninfa... Uma ninfa! Todo eu estou mitológico. Ainda há pouco, falando dos seus olhos de ressaca, cheguei a escrever Tétis; risquei Tétis, risquemos ninfa; digamos somente uma criatura amada, palavra que envolve todas as potências cristãs e pagãs. Enfim, acabei as duas tranças. Onde estava a fita para atar-lhes as pontas? Em cima da mesa, um triste pedaço de fita enxovalhada. Juntei as pontas das tranças, uni-as por um laço, retoquei a obra alargando aqui, achatando ali, até que exclamei:

— Pronto!
— Estará bom?
— Veja no espelho.

Em vez de ir ao espelho, que pensais que fez Capitu? Não vos esqueçais que estava sentada, de costas para mim. Capitu derreou a cabeça, a tal ponto que me foi preciso acudir com as mãos e ampará-la; o espaldar da cadeira era baixo. Inclinei-me depois sobre ela, rosto a rosto, mas trocados, os olhos de uma na linha da boca do outro. Pedi-lhe que levantasse a cabeça, podia ficar tonta, machucar o pescoço. Cheguei a dizer-lhe que estava feia; mas nem esta razão a moveu.

— Levanta, Capitu! 



Não quis, não levantou a cabeça, e ficamos assim a olhar um para o outro, até que ela abrochou os lábios, eu desci os meus, e... Grande foi a sensação do beijo; Capitu ergueu-se, rápida, eu recuei até à parede com uma espécie de vertigem, sem fala, os olhos escuros. Quando eles me clarearam, vi que Capitu tinha os seus no chão. Não me atrevi a dizer nada; ainda que quisesse, faltava-me língua. Preso, atordoado, não achava gesto nem ímpeto que me descolasse da parede e me atirasse a ela com mil palavras cálidas e mimosas... Não mofes dos meus quinze anos, leitor precoce. Com dezessete, Des Grieux (e mais era Des Grieux) não pensava ainda na diferença dos sexos. "

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Quando a segunda vez parece a primeira - Parte 1


Menino Moleque reaprendendo amar

Menino moleque reaprendendo amar
Aprendi a ser moleque travesso. Moleque jogado, porém assustado com tudo. Sentindo na pele a dor fim. O gosto do medo, sentindo o amargo sabor do adeus, porém sempre moleque. Moleque travesso, moleque sem fim. Por mais doloroso e assustador, por mais infinito que seja a dor, eu segui tão moleque tentando ser normal. Em uma vida anormal que ao poucos eu a transformava. Misturas malucas de sentimentos, no entanto seja ela feliz ou eufórico tal moleque assim, sempre voltava ao começo que na verdade era o fim. Um fim que insiste continuar, como se aos poucos eternizasse essa dor.

O simbolismo passou a rodear meus caminhos maltratando as minhas lembranças que ligado aos sentimentos, trabalhavam em conjunto para não me deixar ser feliz. Querendo conturbar essa caminhada que poderia sim, me levar a felicidade de recomeçar pela primeira vez. Cada detalhe, cada toque, cada som, cada sorriso, cada poema, no edredom. Seja no tempo, de qualquer jeito eu voltava a lembrar. E as lembranças cruéis, me faziam questionar com o passado, no amargo sabor do presente, como se consequentemente eu pudesse ver voltar e recomeçar, no recomeço maluco que na verdade já era o fim.

Porém ainda moleque, sofrendo, mas como moleque, pois mesmo na indescritível dor ainda sem solução, tal moleque eu era que engana o coração. Deixava-me de certo modo por segundos, minutos ou talvez horas, em outra atmosfera que não era ela, mas para mim era o modo de tentar fugir. E era como moleque, divertido menino moleque que eu deixava a malandragem me guiar, até que o tempo viesse me ensinar o que eu deveria pra poder esquecer e deixar de sofrer. Eu era moleque, admitido moleque, que só queria aprender na experiência dos sentimentos que todo moleque, seja lá qual moleque só seria moleque se aprendesse a crescer.

Eu queria crescer pra esquecer tudo isso. Assumir compromissos e minha vida mudar, mas ainda moleque, que graças a Deus persisti, segui cada passo sem pular calendário, mesmo que no contrário eu voltasse a ser moleque. Estava eu novamente jogado na sorte, conquistando olhares que nem ao menos percebi. E foi brincando assim que a vida me levou a caminhos diversos, sem pretensão nenhuma de querer ser sério, praticando religiosamente meu momento natural de ser moleque.

Brincar é levar a sério a diversão. Era essa minha pretensão, resgatar um sentimento de menino antes daquilo que me tornei, antes de amar pela primeira vez. E dentre as brincadeira teve quem gostou de brincar comigo. Rindo do que eu ri, olhando do que olhei, provando do que provei e sem nem ao menos forçar qualquer ato. Na pura naturalidade me vi complementando a vida de alguém. Me divertindo e divertindo, Sorrindo e fazendo sorri, correndo e se escondendo, deixando de ser moleque, retrocedendo na lei da diversão. De menino a moleque, de moleque a menino, bastava ser divertido e eu era o que eu quisesse ser. Só não podia deixar de ser divertido, porque mesmo bandido o perigo me mostrava novamente quem eu era, um moleque.

E um dia após o outro, a diversão passou a ser necessidade, que de fato é. Em uma noite, apesar da escuridão, nos revelou uma parque de diversões em que bastava um toque para brincadeira começar. Fazíamos dos lençóis a nossa proteção, nos escondendo do frio, transformávamos a madrugada no que a gente quisesse. A frio passou a não existir, a temperatura derreteu nossa ingenuidade e os nossos olhares deixavam de ser de crianças e voltávamos usar a malandragem, que só um moleque sabe o significado. Assim como moleques, buscamos o direito de nos divertir, deixando cautelosamente nossos corpos guiar cada atitude, elevando as batidas do coração em graus de altíssima adrenalina. E fizemos da nossa madrugada a verdadeira maquina do tempo, nos levando a qualquer fase de nossas vidas apenas no toque e no prazer que só um moleque sabe como é.
Edilson Gomes

Se antes eram segundos, minutos ou horas que me faziam esquecer a amarga dor do passado, sendo moleque assim, me vi esquecendo por dias sem perceber o tempo passar. Era de fato confortante saber que o amargo gosto do fim também tinha seu fim que em mim já podia começar. Foi quando na brincadeira senti a seriedade de cada ato e a importância de cada gesto de uma madrugava divertida. Então percebi que toda diversão tem seu lado sério que em mim semeava o conforto de senti-se amado, por mais que "desejado" fosse a palavra certa naquele momento. A diversão virou carinho e o carinho virou saudades, quando poucas horas nos separavam. Foi quando percebi que brotava um sentimento novo de ambas as partes que aquele momento não poderia ser desperdiçando, e sim aproveitado até a última gota. Foi quando as madrugadas passaram a ter um novo significado. Foi quando a adrenalina dividia espaço com carinho, foi quando do nada se transformou em tudo sem precisar nem ao menos dizer uma só palavra. Foi quando os sussurros tornaram-se melodias no silêncio da madrugada. Foi quando notamos a necessidade de apenas um lençol, pois já não existiam dois corpos na madrugada e sim uma madrugada em dois sentimentos que naquele momento era um só. Mas o sol então surge querendo aquecer o que a madrugada já havia encarregado de fazer, no entanto a luz veio revelar em seus olhos as sombras de um passado que de um jeito ou de outro voltara a me perturbar. Interrompendo a molecagem de um menino que só queria voltar a ser feliz.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Hoje é aniversário da preta mais amada do São João.

Queria evitar meus rodeios ao falar do que sinto pra esse menino, mas meu sentimento pode até ser simples e objetivo, mas não é simplista. E como nos conhecemos em algo bem complicado, acho que deveria fazer o mesmo, mas não, melhor não kkkkkk.

Nego, eu te adoro demais. Você me ensinou muito mais do que sua intensão pretendia. Olhou nos olhos desse menino bobo que sou eu e me ajudou a encontrar a razão dos fatos na complexabilidade que é o São João e suas consequências poderiam proporcionar. O pouco tempo que nos conhecemos não foi proporcional a grandeza dos sentimentos guardados no coração para ti. Pode ser que o tempo passe e a vida nos distancie ainda mais, por mais que eu não queira, mas a vida é sempre assim.

No entanto, tenho a certeza de uma coisa: Nossa amizade começou na "Cachaça" da quadrilha e hoje já se transformou na "Cachaça" da vida, pois pode passar o tempo que for, quando mais envelhecida melhor. Assim brindaremos por vários e vários anos a degustação certa dessa vida maluca e desse sentimento destrambelhado de nos dois que se chama amizade.

Parabéns Preta!

Título do Livro



Estou me dedicando essas ultimas semanas em organizar algumas postagens complementando, corrigindo e podando as existentes, além de criar suas sequencias e partes importantes para a criação de um livro que visa contar através de crônicas, poemas e músicas os principais relacionamentos amarosos que vivi na minha adolescência e a pouco tempo. O objetivo é ir mais além da ótica juvenil e profundar-se na descrição objetiva dos sentimentos. Inicialmente irei contar aproximadamente cinco ou quatro histórias separadas divididas em no máximo cinco capítulos ou três no minimo. Com isso acabo me ausentando um pouco do meu blog, mas dessa vez é por uma boa causa. Meu objetivo é tentar encontrar um título adequado para esse trabalho.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Assistam

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Mais um história de amor - 02

PARTE 2



Quando tudo parecia normal, quando a vida já não buscava seu propósito, quando os olhares já tinham outras direções, vocês chegou. Quando a vida parecia monótona, quando o trabalho me distraíra, quando o paladar aguçava o sabor da solidão, você ficou. Chegou quase despercebida, escondida em no acaso. Entranhada no corre-corre da minha vida, ao ponto de nem ao menos eu conseguir te perceber. E não te percebi por um curto período, dado-lhe a oportunidade de me perceber primeiro. Cheguei a te ignorar, não por maldade ou falta de interesse, mas pelo dinâmica que naquele momento minha vida me proporcionava. Falei por falar, olhei por olhar, te enxerguei, mas não percebi, associando-te ao meu cotidiano e nada mais.


Na primeira oportunidade foi capaz de me perceber muito mais além. Despertando algo em você que lhe encaminhava em minha direção. E foi nessa direção que nossos caminhos se encontraram, pois na distração da vida, quando te percebi, você já estava muito mais perto do que eu imaginava, bem próximo. Os minutos pareciam segundos e quando nossos diálogos já se encaminhava na ciência dos nossos propósitos, tudo começou a mudar em nossas vidas. De uma forma eletrizante e totalmente veloz, como um carro a mais de 160 k/h, sem freios e sem medições. Arriscando-se nas probabilidades que para muitos despertaria medo, mas que para nós apenas a adrenalina e o prazer eram regentes dessa orquestra alucinante de sensações. Você passou a fazer parte da minha lista de necessidades. Necessidades de falar, olhar, andar e principalmente sentir e que pela primeira vez o desejo sexual não era para nós a prioridade. Os corações pulsavam, nos confundido em grandes proporções. Nosso olhares se cruzavam quase que a todo instante querendo de alguma forma alimentar-se de um prazer involuntário. Nossos corpos aos poucos se tocavam em lugares públicos, onde, combinados, nos esforçávamos para não despertar suspeitas, para que o súbito sentimento do proibido nos alimentasse ainda mais com doses de aventura e de prazer. Salve as mídias sociais que nos conectavam mais próximos ainda, extrapolando os limites do espaço, tempo e sensações. Já não sabíamos o que sentíamos, e nem ao menos paramos no tempo para intitular tudo aquilo. O prazer exalava perfumes de um pecado santo, o sorriso ironizava o cotidiano que juntamente com as dificuldades vividas se espremiam no espaço das nossas mentes que já estavam preenchidas um com o outro. Para que um passo de cada vez, se os passos só nos levavam na direção um do outro, e de fato juntos já estávamos? Extrapolamos regras e enfrentamos desafios, ariscamos sem medo e irresponsavelmente sem consultar a razão. A prioridade era não pensar e sim sentir. E sentimos um conjunto de tudo em formulas indescritíveis, em jeitos desnecessários que aos poucos tornaram-se necessário na vida de quem havia esquecido de viver. Esquecendo e vivendo o que aparentemente era vida. Se de fato os sentimentos são formas abstratas, de uma jeito ou de outro se tornaram físico encarnado em dois corpos dispostos a viver o verdadeiro ato do sentir. E senti de forma pura, elevando em alto grau nossas intenções, provando para qualquer que tivesse a esperteza de descobrir essa loucura que tudo ainda era sensações, palavras essa tão repetida nesse texto, mas que de fato faz jus a sua repetição nessa maluca fase de nossas vidas, onde não houve espaço nem ao menos para o primeiro beijo, pois se adiantamos tantos passos, não queríamos deixara para lá o prólogo de uma possível e intensa paixão, extraindo até o último suspiro intenso e forte de um tudo em um tempo que era quase nada em nossas vidas.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Mais um história de amor - 01

PARTE 1
Blog do Edilson Gomes
Meu coração seguia em um rumo incerto, em caminhos diversos, em variáveis sentimentos que me proporcionava sensações de terrível tortura sentimental. Eu estava perdido, não sabia ao certo para onde seguir. Queria amar novamente, queria sentir de novo naquele sensação gostosa de amar e principalmente ser amado.  E ser amado de forma verdadeira e extremamente natural. Mas como sentir uma naturalidade em algo que a todo custo eu forçava meu coração a sentir. Era uma, duas, três pessoas assim. Em um súbito de loucura me via amando, como assim amar? Não! Calma, era apenas um momento, acaso ou não sabia mais o que era amar? Um dia amando, outro perdido, outro seguindo, querendo fugir, havia dias de medo, outros de alegria, mudava o meu rumo e em outro dia tudo voltava ao normal, só o que não era normal era esse minha indecisão de amar. Então parei e me vi só, e quando me vi só encontrei a injustiça se fazer presente naquele menino que só queria amar e cobrar o seu direito de ser amado. Era de fato meu coração desacostumado com a solidão querendo de voltar sua real utilidade que era amar, e eu irresponsavelmente não me via mais na capacidade de entregar-me a sentimentos e as oportunidades que iam surgindo. Sim, caro leitor, houveram oportunidade reais capazes de proporcionar uma história nova em minha vida, mas foram a ansiedade e o desejo de querer tanto que portanto eu os perdi ou deixei que me perdesse.  Amores passados estavam no meu presente dentre inúmeras possibilidades que iam surgindo. Talvez, caro leito, essa saudade causaram em mim uma inconformidade descontrolada, que me impediram de ver felicidade na solidão. Eu me encontrava em olhares dispersos de abraços apertados que me deixavam de uma forma ou de outra escapar. Quando tudo seguia em uma possível felicidade, bastava um olhar disperso no meu interior que eu descobria que não era assim que eu devia seguir. Os amigos me ajudavam a tentar encontrar uma resposta para toda essa confusão em minha vida. Eram conversas intermináveis que mais pareciam terapias de amor. Era contrastadoras a forma que eu relatava esse minha inquietação, mas achando absurda e totalmente desnecessária até que eu fui vencido pelo cansaço, o mesmo cansaço que um dia me fez acreditar no fim.

Aos poucos eu descobri a capacidade de me amar, olhando no espelho o reflexo do meu interior que naquele momento estava tão frágil, tão exposto a qualquer um. Aos poucos fui encontrando a razão, ao poucos a razão me encontrou. E encontrou-me fragilizado, confuso, mas decidido a normalizar esse fúria que passo a passo me fez seguir em caminhos que me levou tornar tudo tão natural. Os meus passos já estavam calmos e aos poucos fui esquecendo o lamentável propósito, aos poucos fui, ao poucos. Então, seguindo normalmente, como um simples mortal que apenas vivia o hoje na esperanço do futuro. Um futuro que aos poucos se tornou meu presente assim tão simples e tão comum e tudo voltou o que era antes, aos poucos...

Então você chegou...