Quando tudo parecia normal, quando a vida já não buscava seu
propósito, quando os olhares já tinham outras direções, vocês chegou. Quando a
vida parecia monótona, quando o trabalho me distraíra, quando o paladar aguçava
o sabor da solidão, você ficou. Chegou quase despercebida, escondida em no
acaso. Entranhada no corre-corre da minha vida, ao ponto de nem ao menos eu
conseguir te perceber. E não te percebi por um curto período, dado-lhe a oportunidade
de me perceber primeiro. Cheguei a te ignorar, não por maldade ou falta de
interesse, mas pelo dinâmica que naquele momento minha vida me proporcionava.
Falei por falar, olhei por olhar, te enxerguei, mas não percebi, associando-te
ao meu cotidiano e nada mais.
Na primeira oportunidade foi capaz de me perceber muito mais
além. Despertando algo em você que lhe encaminhava em minha direção. E foi
nessa direção que nossos caminhos se encontraram, pois na distração da vida,
quando te percebi, você já estava muito mais perto do que eu imaginava, bem
próximo. Os minutos pareciam segundos e quando nossos diálogos já se
encaminhava na ciência dos nossos propósitos, tudo começou a mudar em nossas
vidas. De uma forma eletrizante e totalmente veloz, como um carro a mais de 160
k/h, sem freios e sem medições. Arriscando-se nas probabilidades que para
muitos despertaria medo, mas que para nós apenas a adrenalina e o prazer eram
regentes dessa orquestra alucinante de sensações. Você passou a fazer parte da
minha lista de necessidades. Necessidades de falar, olhar, andar e
principalmente sentir e que pela primeira vez o desejo sexual não era para nós
a prioridade. Os corações pulsavam, nos confundido em grandes proporções. Nosso
olhares se cruzavam quase que a todo instante querendo de alguma forma
alimentar-se de um prazer involuntário. Nossos corpos aos poucos se tocavam em lugares
públicos, onde, combinados, nos esforçávamos para não despertar suspeitas, para
que o súbito sentimento do proibido nos alimentasse ainda mais com doses de
aventura e de prazer. Salve as mídias sociais que nos conectavam mais próximos
ainda, extrapolando os limites do espaço, tempo e sensações. Já não sabíamos o
que sentíamos, e nem ao menos paramos no tempo para intitular tudo aquilo. O
prazer exalava perfumes de um pecado santo, o sorriso ironizava o cotidiano que
juntamente com as dificuldades vividas se espremiam no espaço das nossas mentes
que já estavam preenchidas um com o outro. Para que um passo de cada vez, se os
passos só nos levavam na direção um do outro, e de fato juntos já estávamos?
Extrapolamos regras e enfrentamos desafios, ariscamos sem medo e
irresponsavelmente sem consultar a razão. A prioridade era não pensar e sim
sentir. E sentimos um conjunto de tudo em formulas indescritíveis, em jeitos
desnecessários que aos poucos tornaram-se necessário na vida de quem havia
esquecido de viver. Esquecendo e vivendo o que aparentemente era vida. Se de
fato os sentimentos são formas abstratas, de uma jeito ou de outro se tornaram
físico encarnado em dois corpos dispostos a viver o verdadeiro ato do sentir. E
senti de forma pura, elevando em alto grau nossas intenções, provando para
qualquer que tivesse a esperteza de descobrir essa loucura que tudo ainda era
sensações, palavras essa tão repetida nesse texto, mas que de fato faz jus a
sua repetição nessa maluca fase de nossas vidas, onde não houve espaço nem ao
menos para o primeiro beijo, pois se adiantamos tantos passos, não queríamos
deixara para lá o prólogo de uma possível e intensa paixão, extraindo até o
último suspiro intenso e forte de um tudo em um tempo que era quase nada em
nossas vidas.
Um comentário:
e que você e essa pessoa vivam mais, independendo de pessoas e contratempos, fixando apenas na felicidade e na brisa boa que surge quando ambos estão juntos.
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