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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Quando a segunda vez parece a primeira - Parte 3

Edilson Gomes
Ainda em seus braços, me deixei ser lançado no jogo da sedução, nas proposta e sua respectivas consequências. Me deixei seguir no caminho, que devido a tudo, por mais natural que os quisesse, deixou definitivamente de seguir seu curso com a força do acaso e passou a seguir um caminho levemente orientando. Não que tudo passou a ser artificial, é que por mais que nossos sentimentos fossem ainda eufóricos e levemente exalante, seguíamos de certo modo apreensivos. Assim, ao poucos o menino moleque que gostava de ser moleque teve que aprender a crescer, e crescer rapidamente, retomando posturas e repensando cada passo, tentando evitar um triste caminho, o que aparentemente era inevitável.

E foi então inevitável. Meu coração, tão sincero de menino, não soube passar para meus atos algo diferente, assumindo um estranhamento infiel a minha capacidade de respeitar. E eu me perdi novamente em meus conceitos, sem nenhuma orientação, apenas com a pretensão de fugir. Fui alimentando, mas evitava ser alimentado, foi fugindo, sem ao menos seguir outro caminho, apenas ali, sem ao menos sair de perto. Queria a distância, mas não dava distância, queria fugir e somente fugir. Aquele menino moleque, que já não era moleque se via preso em seu próprio medo, mas que sabia que esse medo não poderia de nenhuma formar provar que o aquele sentimento expressado para mim era amor. E esse amor que o guardava com muito carinho foi que de certo modo me confortou e vez por outra veio me trazer de volta a razão. Uma razão que me proporcionou atentar o momento que eu vivia, podendo assim avaliar com exatidão o caminho de volta e o caminho de seguir, o qual me deu a chance de escolher um dos dois. No entanto, esse dois caminhos me proporcionavam lugares diferentes, sensações diferentes em vivências diferentes, me trazendo misturas de outros sentimentos que propriamente dita, poderiam ser os mesmo para ambos os lados, mas que dependendo do caminho, a ardem dos fatores alterava definitivamente o produto, que de fato o produto era eu. Foi quando tomei a pior decisão de todas, construindo o meu próprio caminho sem direito a ensaios, sem direitos sonhos, sem direito algum, nem menos o de voltar a trás.

Aquele menino moleque que já não era mais moleque, tinha em suas mãos a oportunidade de construir uma nova história, de começar do zero, superando a dor do passado. Sufocando o medo e batalhando até o último dia de tristeza, até que vitória se resumisse a um lindo amor que naquele momento se construíra. No entanto, aquele menino moleque, que assim assustado moleque quis fugir construindo uma história às cegas, sem ao menos enxergar um palmo a sua frente, sem ao menos ter a certeza quem seria o mocinho e o vilão dessa história onde qualquer personagem poderia ser a vítima. E assim, o menino moleque que já não era mais moleque passou a agir de forma desleal a seus conceitos e a seu jeito moleque de viver, que por mais que não fosse moleque, assim menino moleque poderia ainda, de um jeito ou de outro um moleque ser. Quando recebia um gesto de carinho, o menino desprezava, quando se chamava pra sair, o menino recusava, quando demostrava saudades o menino ignorava e tudo que era de menino moleque, o menino não usava. Daí a tal amante, que não era mais amada, sofreu como uma rosa que não era mais regada. E aquele menino moleque que ficou com medo de seguir,por mais que não fosse mais moleque, dizia que queria se divertir. E sem perceber, o menino moleque passou a transmitir uma dor que só existia naquele menino moleque, que por mais que não fosse moleque já tinha ensinado como faz pra sofrer. E tais tentativas de uma novo amor, já não seguia tão forte como meta daquela amada que queria de um jeito ou de outro reconquistar aquele menino moleque. 
 
Não que eu queira defender aquele menino moleque que a muito tempo eu fui, mas era que ainda o sofrimento ancorava o coração, que como menino moleque se aventurava na juventude. Encontrou de certo modo um sonho presente com um sabor do passado, que por mais que fossem diferentes, a aparência física torturava e confundia o coração, e com medo de sofrer, ele menino moleque, se defendia do passado sem sabe que o presente era quem sofria a dor. E aquela tão inocente amada, que agora desprezada, não tinha culpa de ser tão fisicamente parecida com o passado do menino moleque. Se ela saberia da coincidência ou não, isso pouco importou, pois aquela amada só queria reconquistar aquele amor que estava no menino moleque que já não era moleque, mas sabia o que era amor. E a menina amada que já não era amada não desistiu daquele menino moleque que já não era moleque, mas já sabia transmitir o triste sentimento da dor.

Edilson Gomes, Fortaleza - Ceará

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