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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Quando a segunda vez parece a primeira - Parte 2

Edilson Gomes
Coitado menino moleque que iludido pelo próprio coração, se viu tão perdido, quase que escondido em caminhos sugeridos pelo refugio da dor. Coitado menino moleque, que até tinha a pretensão de sonhar, mas que esquecera de avisar aos outros sentimentos que a real proposta era mudar. Escondido menino moleque no escuro do prazer, pois o prazer poderia oculta-se nos esconderijos de seus lençóis, refugiando-se em braços pretensiosos que também só queria ser feliz, e que inocentemente esquecera do manhã, que vinha revelar-se traiçoeira, confundindo aquele menino moleque que de fato era eu. A dor da saudade no sabor do passado, vinha mais uma vez inquietar-me. Covardemente impedindo-me de exercer o direito de descobrir novos sentimentos. Ancorando-me no passado e provando novamente da dor do amargo e triste fim. Foi quando a magia do novo se transformou no medo, foi quando a solidão teve ares de um novo refugio. Foi quando tudo voltou a ser nada.

No entanto aquele lindo sorriso, nos primeiros raios da manhã veio marcar sua presença, como se quisesse relembrar o que vivemos a poucas horas atrás. Sua timidez me contagiou, levando-me a quebrar qualquer possível constrangimento, quebrando qualquer gelo de um inexistente arrependimento que pulsava em nossa modéstias. Era um sorriso singelo, como se quisesse expressar alegria sem assustar-me. Cuidadosamente se levantou, sentou-se ao meu lado e espreguiçou-se, com o nítido pretexto de me abraçar. O tempo que levei para decifrar sua real intensão não foi suficiente nem ao menos para sentir seu beijo em meu rosto, que rapidamente veio presentear-me. Deitamos novamente um do lado do outro, em seguida fixamos nosso olhar construindo diálogo indescritíveis que por mais que tivéssemos a pretensão de falar, sabíamos que nossos olhos já falavam por nós. Aquele momento foi diferente para o menino moleque, que inspirou e profundamente expirou um ar de uma longa tristeza guardada em sí, como se naturalmente tivesse a pretensão de livra-se dela. Então esse menino moleque, que de fato sou eu, virou-se e olhou para o alto, tendo a infeliz lembrança de sua realidade. Recordando que um passado ainda martelava seu coração, pois mais pretensioso fosse na busca mudança. Eu menino moleque ainda vivenciava o presente num passado que Insite em ficar. Coitado menino moleque, que tava vivendo o seu nada, construiu um tudo, e que a pesar de tudo descobriu o que o nada ainda rodeava o seu mundo, mostrando-lhe naquela manhã que o nada ainda pode se fazer presente no tudo, como um simples fantasma que insiste no teto que naquele momento eu olhava.


Eu fiquei confuso, eu fiquei perdido. Eu queria entender, mas também queria esquecer. Eu queria o novo e esquecer o passado, mas o passado ainda era novo e o novo vinha como se fosse o início do passado, amedrontando-me nos meus possíveis passos e em meus possíveis versos, forçando a não agir, trazendo pro meu coração o medo de sofrer tudo de novo. Então olhei nos olhos de quem ainda transmitia a pureza do carinho e vi a determinação em querer me fazer feliz, e eu já me via rodeado de medo e dúvidas, pois compartilhar o amor também é caminho para compartilhar outros sentimentos como a verdade, que naturalmente poderiam transmitir. E a minha verdade estava ali, em um confuso menino moleque que já não sabia para onde seguir.

Tentei me questionar e até encontrar soluções. Era de fato para mim um caminho que eu queria muito seguir, mas deixei que o medo guiasse meu passos inspirado pelo amor. O certo confundiu-se com o errado, o medo atrapalhou-se com o carinho, o passado refletiu no presente e tudo se misturou. E em uma tarde de março, olhei em seus olhos sem me controlar, quase que naturalmente chamei pelo nome de quem eu já deveria ter esquecido. Recordo-me do seu olhar surpreso que rapidamente transformou-se em decepção, atingido muito mais do que o meu olhar, mas minha alma e minha razão. Quase que sem culpa, compartilhei uma angustia transmitindo uma tristeza, que rapidamente se tornaria em incertezas de um futuro influenciado pelo passado e que ainda não tinha pretensão de deixar-me ser feliz. Aquela altura do campeonato seguíamos caminhos de intenções comum. Não havíamos selados compromissos, mas a naturalidade em que transmitíamos carinho um pelo outro nos dava certeza do futuro, que se assim seguisse em breve seriamos namorados. Aquele momento pode interromper nossos passos e nos fez pensar e repensar em cada possíveis atos. Tudo era muito calculado, foi quando você resolveu fingir não ligar. Passou a sensação de que estava disposta e lutar por mim. Disposta a me conquistar e fazer esquecer aquela infeliz história do passado. Me deu a sensação que aquele inconsequente menino moleque valeria a pena seu sacrifício e me vi em seus braços, agora como uma meta, mas com a mesma pretensão de ser feliz.

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