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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Quando a segunda vez parece a primeira - Parte 1


Menino Moleque reaprendendo amar

Menino moleque reaprendendo amar
Aprendi a ser moleque travesso. Moleque jogado, porém assustado com tudo. Sentindo na pele a dor fim. O gosto do medo, sentindo o amargo sabor do adeus, porém sempre moleque. Moleque travesso, moleque sem fim. Por mais doloroso e assustador, por mais infinito que seja a dor, eu segui tão moleque tentando ser normal. Em uma vida anormal que ao poucos eu a transformava. Misturas malucas de sentimentos, no entanto seja ela feliz ou eufórico tal moleque assim, sempre voltava ao começo que na verdade era o fim. Um fim que insiste continuar, como se aos poucos eternizasse essa dor.

O simbolismo passou a rodear meus caminhos maltratando as minhas lembranças que ligado aos sentimentos, trabalhavam em conjunto para não me deixar ser feliz. Querendo conturbar essa caminhada que poderia sim, me levar a felicidade de recomeçar pela primeira vez. Cada detalhe, cada toque, cada som, cada sorriso, cada poema, no edredom. Seja no tempo, de qualquer jeito eu voltava a lembrar. E as lembranças cruéis, me faziam questionar com o passado, no amargo sabor do presente, como se consequentemente eu pudesse ver voltar e recomeçar, no recomeço maluco que na verdade já era o fim.

Porém ainda moleque, sofrendo, mas como moleque, pois mesmo na indescritível dor ainda sem solução, tal moleque eu era que engana o coração. Deixava-me de certo modo por segundos, minutos ou talvez horas, em outra atmosfera que não era ela, mas para mim era o modo de tentar fugir. E era como moleque, divertido menino moleque que eu deixava a malandragem me guiar, até que o tempo viesse me ensinar o que eu deveria pra poder esquecer e deixar de sofrer. Eu era moleque, admitido moleque, que só queria aprender na experiência dos sentimentos que todo moleque, seja lá qual moleque só seria moleque se aprendesse a crescer.

Eu queria crescer pra esquecer tudo isso. Assumir compromissos e minha vida mudar, mas ainda moleque, que graças a Deus persisti, segui cada passo sem pular calendário, mesmo que no contrário eu voltasse a ser moleque. Estava eu novamente jogado na sorte, conquistando olhares que nem ao menos percebi. E foi brincando assim que a vida me levou a caminhos diversos, sem pretensão nenhuma de querer ser sério, praticando religiosamente meu momento natural de ser moleque.

Brincar é levar a sério a diversão. Era essa minha pretensão, resgatar um sentimento de menino antes daquilo que me tornei, antes de amar pela primeira vez. E dentre as brincadeira teve quem gostou de brincar comigo. Rindo do que eu ri, olhando do que olhei, provando do que provei e sem nem ao menos forçar qualquer ato. Na pura naturalidade me vi complementando a vida de alguém. Me divertindo e divertindo, Sorrindo e fazendo sorri, correndo e se escondendo, deixando de ser moleque, retrocedendo na lei da diversão. De menino a moleque, de moleque a menino, bastava ser divertido e eu era o que eu quisesse ser. Só não podia deixar de ser divertido, porque mesmo bandido o perigo me mostrava novamente quem eu era, um moleque.

E um dia após o outro, a diversão passou a ser necessidade, que de fato é. Em uma noite, apesar da escuridão, nos revelou uma parque de diversões em que bastava um toque para brincadeira começar. Fazíamos dos lençóis a nossa proteção, nos escondendo do frio, transformávamos a madrugada no que a gente quisesse. A frio passou a não existir, a temperatura derreteu nossa ingenuidade e os nossos olhares deixavam de ser de crianças e voltávamos usar a malandragem, que só um moleque sabe o significado. Assim como moleques, buscamos o direito de nos divertir, deixando cautelosamente nossos corpos guiar cada atitude, elevando as batidas do coração em graus de altíssima adrenalina. E fizemos da nossa madrugada a verdadeira maquina do tempo, nos levando a qualquer fase de nossas vidas apenas no toque e no prazer que só um moleque sabe como é.
Edilson Gomes

Se antes eram segundos, minutos ou horas que me faziam esquecer a amarga dor do passado, sendo moleque assim, me vi esquecendo por dias sem perceber o tempo passar. Era de fato confortante saber que o amargo gosto do fim também tinha seu fim que em mim já podia começar. Foi quando na brincadeira senti a seriedade de cada ato e a importância de cada gesto de uma madrugava divertida. Então percebi que toda diversão tem seu lado sério que em mim semeava o conforto de senti-se amado, por mais que "desejado" fosse a palavra certa naquele momento. A diversão virou carinho e o carinho virou saudades, quando poucas horas nos separavam. Foi quando percebi que brotava um sentimento novo de ambas as partes que aquele momento não poderia ser desperdiçando, e sim aproveitado até a última gota. Foi quando as madrugadas passaram a ter um novo significado. Foi quando a adrenalina dividia espaço com carinho, foi quando do nada se transformou em tudo sem precisar nem ao menos dizer uma só palavra. Foi quando os sussurros tornaram-se melodias no silêncio da madrugada. Foi quando notamos a necessidade de apenas um lençol, pois já não existiam dois corpos na madrugada e sim uma madrugada em dois sentimentos que naquele momento era um só. Mas o sol então surge querendo aquecer o que a madrugada já havia encarregado de fazer, no entanto a luz veio revelar em seus olhos as sombras de um passado que de um jeito ou de outro voltara a me perturbar. Interrompendo a molecagem de um menino que só queria voltar a ser feliz.

Um comentário:

Anônimo disse...

Moleque travesso, moleque sem fim. ❤