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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O monólogo do Vazio

Edilson Gomes - O monólogo do Vazio
Aí você surge do nada, tão sem alma, tão sem vida. Até parece que lhe falta forças pra falar, mas que na verdade é apenas mais uma cena pra dar sequencia ao espetáculo da farsa. Algo tão artificial que de tanto uso, já se confunde com sua personalidade que naturalmente mal existe, e por mal assim existir pode até tomar essa artificialidade como sua característica pessoal.

Não me leve a mal, é que essas cenas de tão repetidas acabam saturando minha paciência como espectador. Talvez seja porque deixei de ser o protagonista dessa peça e você ainda não percebeu que ser coadjuvante dos meus atos não faz sentido agora. A influência, quero dizer, a sua má influencia já não faz mais efeito, pois já me sinalizaram que tal espetáculo vindo de tí é apenas um esquete mal roteirizada e que diga-se de passagem, apenas o ator poderia ser a salvação de tudo, poderia, mas não é.
Antes revertido de um elenco de grandes atores, seu espetáculo encantava meus olhos e me faziam sonhar naturalmente nesse roteiro, que sem perceber era escrito e adaptado por você. Seja lá qual seria o fim eu nem me importava. E com um fim aparentemente trágico, você me retirou de cena e me colocou na coxia. Com a esperança de voltar a contracenar com você, por um período esperei, mas o tempo me mostrou que eu já não fazia mais parte da sequencia da história, então me tornei plateia e assim me acomodei. Vi a farsa virar drama. vi o drama aos poucos perder seu tão grandioso elenco e hoje em uma farsa descarada e um tanto forçada, você surge em um sonso monólogo, tentando me prender a suas cenas um tanto ultrapassadas.


Porque caro ator, não volta a sua realidade e encara os fatos de um triste vida o qual apenas a superação seria sua alternativa de virar jogo? Porque caro ator, não para de criar cenas e deixe de viver de aparências e evita de vez de construir imagens de você para as pessoas, imagens essas que não condiz com a realidade, pois saiba que fora do palco tudo deixa de ser teatro e passa a ser falsidade? Porque caro ator, o mundo te prende a viver aquilo que não existe, pra que viver de aparências? Talvez seja esse o seu problema, não saber a hora de parar de fingir. Porque caro ator, essa mania chorosa de me procurar não transborda em quem deveria afinal me encontro na última fila da plateia, próximo à porta de saída e que hoje só continuo por pena. No entanto reconheço que alimento essa sua farsa, pois não existe espetáculo sem plateia, por isso ta na hora de fechar as cortinas e encerrar o espetáculo, pois no seu caso, recomendo que esse espetáculo tenha que acabar.

Edilson Gomes - O monólogo do Vazio


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