FOTOS DO MEU FACEBOOK

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A BANDA - Parte 2

Minhas raízes sempre foram de grandes artísticas, principalmente grandes músicos que poetizaram nossa árvore genealógica. Geração passada de pai pra filho e que logicamente deveria continuar com meu nascimento, deveria. A cobrança de minha família, principalmente de minha mãe e meu pai para que eu e minha irmã ingressasse na carreira musical sempre foi extremamente grande, ao ponto de por diversas vezes chegarmos a entrar em conflitos. Já quando criança fomos matriculados nas aulas de teoria musical, que na época era ministrada pela magnifica musicista, professora, poeta e compositora do Hino de Maranguape, Ofélia Gomes de Matos.

Lembro-me com detalhes das aulas, assim como as diversas tentativas de aprender algo que realmente não era o dom guardado em mim. Minha irmã, porém sem muitas dificuldades, exercia o desejo de nossos pais ao ponte de por duas vezes se apresentar em um teatro lotado, matando os dois corujas de orgulho. Eu nunca saí da escala musical, e nunca toquei mais de uma partitura completa o que me deixava angustiado, pois também queria de alguma forma orgulhar minha família. Empolgados com tudo, minha irmã queixava-se com meus pais da dificuldade de ensaiar sua musicalidade por não ter um piano. Com muito esforço minha mãe comprou um teclado que para mim não deixou de seu um brinquedo e para minha irmã apenas fora um objeto de luxo que em pouco tempo deixaria no canto da parede a merce da poeira e do tempo. Minha mãe, a base de muita reclamação se desfez do teclado e voltamos a ser penas músicos teorizados.

Meu pai músico da Banda Municipal João Inácio da Fonseca desde sua fundação, queria de todas as formas que fossemos músicos, o que nos levou mais uma vez a voltar para as aulas teóricas e agora práticas de música. Eu com meu trompete amassado e minha irmã com uma clarineta. Ela não seguiu, eu insisti. Insisti até demais. Por diversas vezes, exatamente quatro, me vi na loucura insistente de entrar na banda. O mais frustante que com meu primeiro instrumento, quando aprendi a tocar por completo minha primeira música em minha primeira apresentação oficial, deparo-me com meu instrumento sucateado. Foi aliviadamente frustante. Toda minha dedicação estendeu-se na passagem de minha infância até a adolescência e não rendeu frutos e muito menos uma vaga na banda municipal.

Pode até ser que minha falida carreira de músico não tenha orgulhado meu pais, mas os frutos vindo dessas inúmeras tentativas gerou em mim uma sensibilidade musical até hoje aproveitada no teatro. Tornei-me então compositor das canções nunca ouvidas e nunca tocadas, gerando um acervo de grandes clássicos pessoais que somente eu sei o tom, melodia, letra e ritmo. Soma-se então ao minha vasta coleção de frustrações artísticas

Nenhum comentário: